quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O topo da Montanha

----------------------------------Gold Coast clássica

Todos nós temos sonhos na vida. São eles o nosso combustível, a nossa motivação e, na maioria das vezes, nossa razão de viver. Quando alcançamos, percebemos que o caminho até a montanha é mais importante que chegar ao seu topo. Mas, com o tempo, esse topo não nos satisfaz mais, e a aquela velha história da grama do vizinho vem à tona novamente. Lá vamos nós atrás de uma nova montanha. Se os deixarmos de lado, perdemos para o medo, para nós mesmos, para a vida. Ensinamentos do mestre Castaneda.

Quando cravei a bandeira em minha primeira montanha, achei que seria o suficiente. Engano. Nem as lembranças da estrada e aventuras que ela me proporciona diariamente, satisfazem uma alma sedenta pelo desconhecido.

Austrália. Essa palavra mágica por anos habita meus pensamentos e, por que não, motiva minha vida. A estrada desta vez é mais rochosa, tem mais espinhos, necessita de muita vontade e de uma batalha suada diária e incessante para conseguir apenas dar o ponto de partida: dinheiro. Odeio essa palavra, limitadora de sonhos. Mas amo a vontade, realizadora de desejos.

O topo desta vez é a Gold Coast. Nada mais. Estar apenas ali, sentado naquele outside mágico, num país que respira surf, ao lado dos caras que sempre admirei, é por mim e, por todos os surfistas que conheço, o pico mais alto do Everest para os alpinistas.

Penso nisso todos os dias. Mas penso também, que quando chegar lá e sentir aquela sensação única e maravilhosa, de estar de cabeça feita pelas dificuldades da montanha, o tempo pode deixá-la menor, e o vizinho acenar pra mim novamente “olha eu aqui”. Aí quem sabe, eu volte a sonhar de novo, e desta vez, com aquela que pode não ser a mais desejada, mas com certeza é a mais temida: Pipeline. E assim, vamos vivendo e sonhando. Por que não?