Lembro de tantas.
Andy perdendo injustamente para Slater na
última onda num Bell’s Beach clássico.
O frio na barriga de chegar na Ozzie com
uma mochila nas costas.
A primeira onda em Bali. O primeiro
encontro com os corais.
Lembro de tantas, que as vezes esqueço de
outras que seriam inesquecíveis.
A trilha da vermelha. A viagem do DMT. A
fogueira em Naufragrados. O show do Soja no "Opinião". Os milhares de pratos lavados. O olhar da menina solitária. As tristes despedidas (e foram tantas). Aquele doce que deu errado num domingo chuvoso. Aquela vaca na melhor onda do dia. Rrrrrr!!!!
Lembranças são como pequenas partes de um
quebra-cabeça que vivemos.
A maioria deixa saudades porque não
voltam, não importa o dinheiro que você tenha, quem você seja, o que você faça.
Ao menos em uma coisa somos todos iguais!
Lembranças são tristes.
a batida do carro na estrada. A notícia da morte de Andy. A derrota amarga no último minuto. A noite que nunca acabou. A prancha quebrada ao meio. O preconceito
contra o mendigo. O cachorro atropelado.
Lembranças são felizes.
O maior mar da vida. O primeiro tubo. A
chegada na ilha. Um romance de inverno. O beijo roubado. O trabalho voluntário.
O pôr-do-sol em Uluwatu. Assistir “into the wild” pela décima vez. Escutar
“Woman no Cry” num trapiche qualquer. Ler "On the Road" jogado na rede.
Lembranças vão sempre te perseguir, quer
você queira, quer não.
Do nada, aparecem sem avisar, assim como vento, assim como a morte.
Se você quer um conselho, lembre-se:
lembre-se!
Por mais que dê saudades, por mais que
sejam um labirinto sem saída, lembre-se!
Por mais que queiram ser vividas
novamente, por mais que dê aquele saudosismo, lembre-se!
Porque sem elas, somos apenas uma praia
sem areia, sem brilho e sem vida.
Lembre-se disso!
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