segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Da areia para água


A base para qualquer coisa na vida e que sempre foi uma das bandeiras levantadas pelo surf, é a ausência de preconceito. Essa deveria ser a característica básica do ser primitivo homem. Mas não. Taxamos pessoas conforme nossas visões, nossos conceitos, nossos ideais, quando na verdade “se você julga as pessoas não tem tempo para apreciar suas qualidades” - disse-me certa vez um brother.

No universo feminino do surf isso não é muito diferente. O preconceito existe, sim. E de forma gritante. Analisando pelo lado da mídia, as garotas são jogadas de lado, patrocinadores quase não existem, os eventos são poucos, com baixa premiação e uma cobertura medíocre.

Dentro de casa, a ignorância é ainda maior. Na maioria das vezes, o apoio por parte da família é quase zero. Como se o surf não fosse uma profissão tão bela quanto o balé e digna quanto à psicologia.

Mas o que mais me intriga é o preconceito dentro da água, que neste caso, está ligado a uma forma de machismo. As garotas são rabiadas na cara dura. O respeito foi deixado na areia. Piadinhas de mal gosto são constantes. Analisa-se muito mais a bunda do que o surf , e por aí vai. Viva os haoles pegadores de gripe.

Na contramão disso tudo, as meninas estão quebrando, vivendo seus sonhos, fazendo a cabeça com o surf. Se a força física atrapalha, mentalmente elas dão aula de persistência. E se o apoio não vier de quem ama o surf, assim como elas, vamos esperar que venha de quem?

Se sua praia está lotada de haoules bancando tubarões, comece a caçada ao preconceito, porque a minha está lotada de gatinhas virando sereias.

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