quinta-feira, 30 de julho de 2009

Além do limite

Todo mundo sempre tem grandes ídolos na vida. Comigo não é diferente. Pela batalha, citaria minha mãe. Na literatura, lembraria de imediato Bukowski. Na música, sem dúvidas Marley. Na arte moderna, Jay Alders. E por aí vai.

Quando o assunto é surf, uma das coisas que mais amo na vida, a resposta também é imediata e sem questionamento: Andy Irons. Andy sempre despertou muitos sentimentos em mim ligados ao surf. Acompanhei de perto sua triologia de títulos - o mais brilhante deles vencendo Slater em Pipe - de perto.

Seu estilo sempre foi uma inspiração. A técnica, o life style, a frieza e a devoção ao mar, a motivação. Irons nasceu em um dos lugares mais chuvosos do mundo, o Kauai. E se você vê isso como uma maldição, eles veem como uma benção.

O moleque de temperamento forte sempre falou o que quis, na hora que quis, e para quem quisesse ouvir. Foi e é o maior atleta que o Hawaii revelou, o mais polêmico, o mais louco, o mais tudo. Só isso já o tornava especial.

Teve fama, dinheiro, fãs. Faltou-lhe a cabeça. Mas que cabeça? Andy é verdadeiro. Nunca quis pousar disso ou daquilo. Faz o que seu coração manda, mesmo que por vezes, elas tenham o prejudicado de uma forma absurda. As drogas e a rebeldia sempre estiveram do mesmo lado da moeda. Mas os Deuses também. E por isso, a moeda sempre caiu do lado contrário, fazendo ele levantar-se como manda a tradição do seu povo.

Quem tanto o critica, o inveja. Pois vê em Irons o verdadeiro Soul Surf. Poderia ter sido o maior de todos os tempos, mas não, queria apenas diversão. Não gosta de ser morno. Ou ferve, ou esfria. E sempre que passa do limite, liberta o verdadeiro espírito Hawaiano que o imortalizou para sempre. Mas não por seu temperamento, e sim, pelo seu talento.


Olha a estilera desse cara. A melhor sessão do Trilogy. Andy quebra tudo.

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Um comentário:

Fala que eu te escuto. Aqui é tudo liberado.