No universo feminino do surf isso não é muito diferente. O preconceito existe, sim. E de forma gritante. Analisando pelo lado da mídia, as garotas são jogadas de lado, patrocinadores quase não existem, os eventos são poucos, com baixa premiação e uma cobertura medíocre.
Dentro de casa, a ignorância é ainda maior. Na maioria das vezes, o apoio por parte da família é quase zero. Como se o surf não fosse uma profissão tão bela quanto o balé e digna quanto à psicologia.
Mas o que mais me intriga é o preconceito dentro da água, que neste caso, está ligado a uma forma de machismo. As garotas são rabiadas na cara dura. O respeito foi deixado na areia. Piadinhas de mal gosto são constantes. Analisa-se muito mais a bunda do que o surf , e por aí vai. Viva os haoles pegadores de gripe.
Na contramão disso tudo, as meninas estão quebrando, vivendo seus sonhos, fazendo a cabeça com o surf. Se a força física atrapalha, mentalmente elas dão aula de persistência. E se o apoio não vier de quem ama o surf, assim como elas, vamos esperar que venha de quem?
Se sua praia está lotada de haoules bancando tubarões, comece a caçada ao preconceito, porque a minha está lotada de gatinhas virando sereias.