sexta-feira, 10 de abril de 2015
Lembranças me fazem escrever. Talvez só por hoje!
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Meus sonham começam com A
terça-feira, 17 de agosto de 2010
E lá vou eu..
Penso eu, que vale dois, três, ou até quatro.
Voltei ao aquário de gente por pouco tempo, mas com um sorriso no rosto, o esforço será recompensado em grande estilo, quem dirá com os canudos cilindricos e mágicos da Indonésia.
Lá vou eu, caminhando com muitos ao meu lado, solitário em meu interior, e perdido nesta estrada que tanto amo.
Lá vou eu, chutando o egoísmo a cada dia, melhorando minhas manias, ouvindo mais que falando, aprendendo na mesma moeda que ensinando.
Lá vou eu, sempre com espírito de moleque, mesmo sem ter ideia onde tudo isso vai me levar.
Sei que minhas respostas só virão no dia da minha morte, então até lá, por que não inventar mais algumas perguntas?
E assim vou eu, carregando minha alma, minha mochila, minha prancha e meu reggae de Marley.
Blessed!
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Existe tal lugar
segunda-feira, 14 de junho de 2010
Bola de Cristal
Essa o Bruce não esquecerá jamais. Lembro desse dia, tava realmente alucinante, dava medo de olhar.
O mais insano dos irons brothers realmente tinha tudo para ser ô cara, mas preferiu ser a sombra, sem a rede e com algumas bebedeiras a mais na conta.
Isso me lembrou os dias cabulosos de 2,5 metros no Santinho, bancada rasa, gurizada com sangue no olho.
Tudo pela adrenalina.
Descubro o Brasil a cada dia, amanhã sei que ele pode me fazer falta.
Vai moleque! Ninguém te segura mais.
E o mundo dá voltas, depois de tanta onda e tanto pico diferente, me deparo com a irmã gêmea do cassino, onde tudo começou.
Vento sul continua sendo meu carma, um dia morarei num pico onde ele é terral, este ódio todo no fundo vai se tornar amor.
O surf me chama.
E o que mais me chateia, é que eles nunca entenderão o sentimento de descer uma onda.
Pobres mortais, sempre serão.
Aloha!Good Waves!
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Por aí...
Sei que ando muito ausente das palavras e, consequentemente do blog, em virtude da dedicação a um projeto literário e as ondas.
Nesse tempo fiz coisas interessantes, assisti o Pasti, que sem dúvidas é um tapa na cara de uma sociedade que se esqueceu de viver, e da minha, que também saiu machucada.
Recusei um emprego que me renderia uma boa grana. Enjaulado nunca mais. Prefiro beber água na praia, a champagne na prisão. Sou mais passarinho que humano.
Senti saudades de algumas pessoas que deixei. Isso é ruim mas é bom. Nos torna cada vez mais fortes, porém duros. Ser uma geleia faz bem pra alma.
Me isolei um tempo no meio do mato. Precisava desse combustível. A energia da natureza e do mar me completam.
Vi o Taj repetir o roteiro de todos anos. Começa bem, algo acontece em sua cabeça e a maionese desanda. Vai alemão, tá na hora de um título mundial.
Joel ainda está abalado com a perda do título do ano passado. Jordy deu pinta de que esse é seu ano, não aposto nisso. Jadson será a grande sensação do circuito, quem conhecia seu surf, não duvidava disso. Mineiro tá quebrando, mas só isso não serve, resultados mornos não o levarão a título nenhum. Fanning sempre focado, obstinado, é uma grande aposta para o título. E Slater sempre aprontando das suas, será?
WCT na Vila vem aí. E algumas perguntas serão respondidas. Levarei meu caderninho.
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Off-Surf - Yes me Friend
Yes me friend, me friend
Duppy Conqueror – Bob Marley
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
O topo da Montanha
Todos nós temos sonhos na vida. São eles o nosso combustível, a nossa motivação e, na maioria das vezes, nossa razão de viver. Quando alcançamos, percebemos que o caminho até a montanha é mais importante que chegar ao seu topo. Mas, com o tempo, esse topo não nos satisfaz mais, e a aquela velha história da grama do vizinho vem à tona novamente. Lá vamos nós atrás de uma nova montanha. Se os deixarmos de lado, perdemos para o medo, para nós mesmos, para a vida. Ensinamentos do mestre Castaneda.
Quando cravei a bandeira em minha primeira montanha, achei que seria o suficiente. Engano. Nem as lembranças da estrada e aventuras que ela me proporciona diariamente, satisfazem uma alma sedenta pelo desconhecido.
Austrália. Essa palavra mágica por anos habita meus pensamentos e, por que não, motiva minha vida. A estrada desta vez é mais rochosa, tem mais espinhos, necessita de muita vontade e de uma batalha suada diária e incessante para conseguir apenas dar o ponto de partida: dinheiro. Odeio essa palavra, limitadora de sonhos. Mas amo a vontade, realizadora de desejos.
O topo desta vez é a Gold Coast. Nada mais. Estar apenas ali, sentado naquele outside mágico, num país que respira surf, ao lado dos caras que sempre admirei, é por mim e, por todos os surfistas que conheço, o pico mais alto do Everest para os alpinistas.
Penso nisso todos os dias. Mas penso também, que quando chegar lá e sentir aquela sensação única e maravilhosa, de estar de cabeça feita pelas dificuldades da montanha, o tempo pode deixá-la menor, e o vizinho acenar pra mim novamente “olha eu aqui”. Aí quem sabe, eu volte a sonhar de novo, e desta vez, com aquela que pode não ser a mais desejada, mas com certeza é a mais temida: Pipeline. E assim, vamos vivendo e sonhando. Por que não?
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Saudades do Inverno
Estamos partindo agora para o Rio de Janeiro num carro atrolhado de pranchas e moleques sedentos por ondas. Mas, que ondas? Pergunto-me toda vez que olho a previsão. Esse negócio que surfista gosta de praia, sol e mulher bonita é furada, tirando a última opção, é claro.
Lembro-me, neste momento, do inverno. Tenho saudades do frio, das noites congelantes, da previsão assustadora, do swell de 6 pés que teimava bombar séries perfeitas outsides Brasil afora.
Lembro-me também, da chatisse de colocar aquele long molhado, aquela botinha apertada e, por que não, aquela toca que nos deixa parecendo ETs aquáticos.
Lembro-me de tudo isso. E lembro como torcemos pela chegada do verão, do sol e das bundas douradas.
O mundo é mesmo uma contradição.
Ora o cortador de grama. Ora a grama do vizinho.
Observo minha toca ali, quietinha, sem previsão de uso.
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Off Surf - Redemption Songs
Quando estiver preso, sufocado, não vendo a porta de saída, pare onde está, respire e escute Redemption Songs. Ela trará sua liberdade de volta, assim como trouxe a minha, antes de escrever estas palavras.
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Se o surf fosse só surf
E se o surf fosse só surf.
E não tivesse o pôr do sol, o nascer da lua, o canto das gaivotas, o pulo dos cardumes.
Se não sentíssemos a areia no pé, a lycra no corpo, a falta do ar.
E se o surf fosse só surf.
Sem a adrenalina da previsão, o frio da água gelada, a chegada no pico.
E se não existisse o vento pra atrapalhar, a chuva para abençoar, a série para varrer.
E se o surf fosse só surf.
E não vivêssemos o tesão de uma trip, de atolar o carro várias vezes, de entrar em roubadas, de rir de tudo isso.
E se não tivesse os clássicos, os dias sem onda, o crowd, a busca pelo secret.
E se o surf fosse só surf.
Sem o trabalho de passar parafina, do amor pela prancha, da dor pela perda.
Se não conhecêssemos Kelly Slater, Andy Irons, Eddie Aikau.
E se o surf fosse só surf.
Sem o café da manhã reforçado, o grito da galera com aquele aéreo, o delírio da menina com aquele aceno.
Se não existisse a Indonésia, o Hawaii, a Gold Coast.
E se o surf fosse só surf.
Sem a bancada afiada, o sangue pela glória, a companhia dos golfinhos.
E se o surf fosse só surf. Sem nada disso.
Você surfaria?
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Da areia para água
No universo feminino do surf isso não é muito diferente. O preconceito existe, sim. E de forma gritante. Analisando pelo lado da mídia, as garotas são jogadas de lado, patrocinadores quase não existem, os eventos são poucos, com baixa premiação e uma cobertura medíocre.
Dentro de casa, a ignorância é ainda maior. Na maioria das vezes, o apoio por parte da família é quase zero. Como se o surf não fosse uma profissão tão bela quanto o balé e digna quanto à psicologia.
Mas o que mais me intriga é o preconceito dentro da água, que neste caso, está ligado a uma forma de machismo. As garotas são rabiadas na cara dura. O respeito foi deixado na areia. Piadinhas de mal gosto são constantes. Analisa-se muito mais a bunda do que o surf , e por aí vai. Viva os haoles pegadores de gripe.
Na contramão disso tudo, as meninas estão quebrando, vivendo seus sonhos, fazendo a cabeça com o surf. Se a força física atrapalha, mentalmente elas dão aula de persistência. E se o apoio não vier de quem ama o surf, assim como elas, vamos esperar que venha de quem?
Se sua praia está lotada de haoules bancando tubarões, comece a caçada ao preconceito, porque a minha está lotada de gatinhas virando sereias.
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Sonhos de um sonhador
Trocarei o conforto de um banho quente por uma barraquinha em frente ao mar. Deixarei meus brothers e irmãos por desconhecidos que nem imagino encontrar. Serei livre. Livre como nunca fui.
Nascerei novamente.
O obstáculo da motivação é o medo. E quando você é dependente só de você, muitos pensam que o medo vence. Mas nada, nada é mais forte do que a sua força, o seu sonho. O mistério que guarda o amanhã é um íma para mim. A filosofia de mundo que tanto reflito são as páginas em branco. E o surf, ah o surf é a veia central que bomba meu coração todos os dias.
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Rob Machado de volta à vida
Preferiu o barulho do mar ao dos carros, o canto dos pássaros ao despertador, a vida tranquila ao agito. Rob isolou-se. Fez da reflexão sua companheira inseparável. Remou na onda mais difícil da sua vida, mas não encontrou a afiada bancada de coral, pelo contrário, saiu na baforada em grande estilo junto a sua barraquinha com espaço para ele mesmo.
Não perdendo a oportunidade, Taylor Steele aproveitou este momento genial e espiritual e filmou “The Drifter”, que por tudo que apresenta promete ser um clássico com previsão para setembro deste ano.
Uma grande história. Altas ondas. Um cenário alucinante. E a nova liberdade de Rob. Assista. Pode ser que assim, você nunca desista como ele, de encontrar a sua.
Valeu a dica Alemão!
Publicada também http://www.nextsurf.com.br/home/view.asp?paCodigo=7997 e http://www.camerasurf.com.br/index.php?secao=11¬icia=12032
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Quebrando tudo na Surf Art
terça-feira, 11 de agosto de 2009
A busca pelo Secret
O Rock and Roll repetiu o feito nos anos 70, imortalizando heróis, criando ícones, elevando a rebeldia. A juventude estava em êxtase. O Woodstock deu um nó na cabeça dos engravatados. Os valores estavam mudando. Marley metralhava os maus de alma com suas palavras. O reggae também começara a ganhar o mundo.
O surf era visto como um esporte de drogado e vagabundo. O skate muito mais. Os Z-Boys, de Dogtown, comunicavam-se através de rodinhas. Era sim possível inventar, ir mais além, ser inovador. Wayne Bartholomew desenhava linhas na água com um surf jamais visto, acompanhado por Mark Richards e uma turma com um feeling surreal. Era o despertar para novas tendências. O novo já nascia velho. A tecnologia não passava de lixo se comparado a esses movimentos.
Os anos 80 trouxeram uma nova visão do vídeo clipe. Michael Jackson era o cara. O vídeo-game doutrinou a cabeça da molecada na década de 90. Ayrton Senna esbanja talento. O tetra viria de forma medíocre. Mas veio.
E hoje em dia, nos anos 2000, se assim podemos chamar. Qual é o “boom” tirando as porcarias inúteis tecnológicas? O surf? Não. É o Crowd.
O que mais cresceu no mundo, foi o crowd. Seja no surf, no metrô, na padaria, nas baladas, onde for. O caos é total. Somos assombrados pelos nossos vizinhos humanóides todos os dias. Não importa a praia que você chegue, se tiver onda, tem gente surfando. Isso não é bom. Isso não gera a positividade.
O surf tá no seu melhor momento. A evolução é visível. Os equipamentos melhores. As manobras mais radicais. Mais, mais, mais e mais. Tudo cresce menos as praias.
Encontrar um secret hoje é tudo que um surfista sonha. Surfar altas ondas só com os brothers já é entrar na água de cabeça feita. Uma busca tão intensa quanto à onda perfeita.
Como procurar? Isso é um segredo que cada um protege a sete chaves, pois quando o assunto é o mapa do tesouro, até pirata abre o olho. Garimpe o seu, pois o meu, está escondido a 50 metros de casa.
Publicada também http://www.nextsurf.com.br/home/view.asp?paCodigo=7943 e http://www.camerasurf.com.br/index.php?secao=11¬icia=12000
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
O Surf é poesia. Meu amor, quem diria.
Do salgado fez o doce.
De nada sabia, tudo possuía,
que belo seria, dropava, sorria.
Era encanto, mar, poesia.
Se brilhava, estava.
Se partia, chovia.
Amava, pura magia.
Moleque atrevido,
amante das coisas que não se via.
Foi súdito, virou príncipe,
quem diria, reinaria.
Alma leve, eternizada,
da pureza que o fez, pelo sempre dependia.
Horizonte de paixões,
meu surf em minha vida,
assim seja,
o destino traçaria.
quinta-feira, 30 de julho de 2009
Além do limite
Quando o assunto é surf, uma das coisas que mais amo na vida, a resposta também é imediata e sem questionamento: Andy Irons. Andy sempre despertou muitos sentimentos em mim ligados ao surf. Acompanhei de perto sua triologia de títulos - o mais brilhante deles vencendo Slater em Pipe - de perto.
Seu estilo sempre foi uma inspiração. A técnica, o life style, a frieza e a devoção ao mar, a motivação. Irons nasceu em um dos lugares mais chuvosos do mundo, o Kauai. E se você vê isso como uma maldição, eles veem como uma benção.
O moleque de temperamento forte sempre falou o que quis, na hora que quis, e para quem quisesse ouvir. Foi e é o maior atleta que o Hawaii revelou, o mais polêmico, o mais louco, o mais tudo. Só isso já o tornava especial.
Teve fama, dinheiro, fãs. Faltou-lhe a cabeça. Mas que cabeça? Andy é verdadeiro. Nunca quis pousar disso ou daquilo. Faz o que seu coração manda, mesmo que por vezes, elas tenham o prejudicado de uma forma absurda. As drogas e a rebeldia sempre estiveram do mesmo lado da moeda. Mas os Deuses também. E por isso, a moeda sempre caiu do lado contrário, fazendo ele levantar-se como manda a tradição do seu povo.
Quem tanto o critica, o inveja. Pois vê em Irons o verdadeiro Soul Surf. Poderia ter sido o maior de todos os tempos, mas não, queria apenas diversão. Não gosta de ser morno. Ou ferve, ou esfria. E sempre que passa do limite, liberta o verdadeiro espírito Hawaiano que o imortalizou para sempre. Mas não por seu temperamento, e sim, pelo seu talento.
Olha a estilera desse cara. A melhor sessão do Trilogy. Andy quebra tudo.
quarta-feira, 22 de julho de 2009
A Busca Eterna
Escolha um lugar para morar. Paute sua vida. Crie uma rotina que lhe agrade, ou desagrade. Troque anos de trabalho por um carro, com sorte uma casa. Acorde com o barulho do despertador. Durma com a sensação do cansaço. Tenha filhos. Uma carreira. Uma boa reputação. Um bom nome. E viva a vida como 99% das pessoas vivem.
Se Alex lesse o que escrevi acima, abriria um largo sorriso, miraria o sol com seus olhos e usaria alguns dólares para fazer uma fogueira e queimá-los junto a essas míseras palavras. Eu aplaudiria.
Supertramp foi um grande pássaro que nasceu no ninho errado. Um sonhador. Um aventureiro. Buscou seus instintos mais primitivos para viver intensamente os poucos anos de sua vida. Procurou tanto pelas respostas, que acabou encontrando ainda mais perguntas.
Um jovem como poucos, de uma inteligência rara, de uma visão apurada. Encantou a todos com sua simplicidade. Foi verdadeiro até quando as palavras doíam, e se apoiava em seus mestres:
“Em vez de amor, fé, dinheiro, justiça, equidade, dê-me a verdade” - Henry Thoreau
Sem ambição nenhuma na vida, viveu uma grande história que, se não tivesse um fim trágico, não seria conhecida por ninguém, já que isso era o que eles menos buscava: fama
Agora eu me pergunto: o que isso tem a ver com nós, surfistas? Tudo. Só que em dimensões diferentes. Em contextos diferentes. Em situações diferentes.
Digo com certeza que existiu por aí grandes surfistas, que buscaram o mesmo que Alex, só talvez em vez das palavras e dos pensamentos, encontram isso no mar e nas ondas.
Onde quer que esteja, sua história é uma de minhas motivações. Valeu Cris, Alex ou como você mesmo se chamava: Supertramp.
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Sintonia de arrepiar
Entre elas, está David Rastovich. Conheço “Rasta”, como é chamado, somente por vídeos, fotos, entrevistas, documentários e reportagens. Mas isso já foi o suficiente. Sua simplicidade e seus ideais contagiam a todos que realmente vivem o surf de alma.
Um ativista nato, defensor com unhas e dentes dos animais marinhos, em especial as baleias, por quem já declarou seu amor e viaja direto até o Japão – país de gente medíocre e assassina - para defendê-las.
David não tem regras. Não pauta sua vida. Faz tudo ao seu gosto, é um artesão de mão cheia, cuida de sua horta, faz suas próprias pranchas, constrói seus instrumentos e, entre tantas coisas, não come carne. Aliás, quando eu estava inclinado a abandonar todo tipo de carne, li sua entrevista na fluir. E quando na resposta final, ele pediu aos surfistas do mundo que se tornassem vegetarianos, não tive dúvidas, era a hora de parar.
Na água seu estilo de moleque é polido, com uma linha impecável e tubos de tirar o chapéu. Freesurfer de alma, não se preocupa em competir, nem em ganhar. Apenas em viver e compartilhar.
Fica a dica: conheçam Rastovich, nem que seja apenas por vídeos e documentários, ou se preferir, alguém familiar as ruas, mas que, é tão talentoso quanto Rasta, Roger Ridley.
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Fábio Silva Vira em bateria Histórica
Ele tinha pela frente uma bateria difícil, com Léo Neves, Victor Ribas e o gringo Gaudaskas. Léo impôs seu ritmo desde o início da bateria. Com um backside forte e afiado, Neves conseguiu 2 boas ondas para avançar em primeiro.
Vitinho, em má fase, passou despercebido na bateria e não encontrou as ondas. Nessa altura, a briga pela 2° vaga estava entre Fábio e o gringo, que gritava a cada onda que finalizava. Muito a vontade, o morador do Rio Tavares manteve a segunda colocação até os 5 minutos finais, quando Gaudaskas pegou uma onda e deixou Silva precisando de um 4.31 para virar. Muito agitado, ele remou de um lado para o outro e quando tudo parecia perdido, uma série surge no horizonte, o locutor já havia informado que eram os últimos 30 segundos da bateria.
Quando Fábio entrou na onda e cavou, a corneta tocou e naquele instante, lembrei de Slater em Jbay naquela final história contra o Andy. Mas ao contrário do Rei, a onda não abriu tanto e, também ao contrário daquele momento, Silva não caiu. Começou com um longo floter e uma forte batida na segunda manobra. Depois, espancou a onda até o limite. Quando finalizou, comemorou. E eu vibrei junto. Saiu da água correndo, com um sorriso no rosto. Corri junto até o palanque e, num momento mágico, o locutor anunciou 4.33, 0,02 a mais do que ele precisava. Fábio era só alegrias, e o gringo, que berrava tanto na água, gritou de raiva fora dela.
Aqui é Brazuca mermão. Congratulations Fábio!
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Altas ondas e uma arraia solitária
Quando juntei minhas trouxas para morar em Floripa, há mais ou menos 1 ano e meio, mesmo com um bom emprego garantido (a convite de uma agência de propaganda), minhas grandes motivações eram apenas duas: a paixão pelo surf e trabalhar com algo ligado surf (esse ainda estou atrás). Lá no Sul, apesar da abundância de surfistas, o surf é de difícil acesso e sempre tínhamos que nos jogar para o Uruguai ou mesmo para Garopaba e Floripa em busca de boas ondas.
Mas outra razão também colocava minha adrenalina lá em cima: dividir o outside com caras que, além de ídolos, eu via quebrando nos vídeos e filmes. Era a chance de puxar a malandragem de um, o estilo de outro, e por aí vai.
Quando cheguei ao Rio Tavares, sabia que ali tinha ondas pesadas e malucos que quebravam. Logo descobri que um deles era o Binho Nunes. Então pensei, porra o Binho mora aqui, caralho, puta que pariu, vai toma no cú. Minha expectativa era grande de ver ele na água e não poderia ter sido em melhor situação.
Não lembro o dia exato, mas era dia de semana e a previsão marcava uma grande ondulação de Sul (Swell de Sul entra forte e cavernoso aqui). Como deveria ser lá por Outubro, escurecia bem tarde. E falando em tarde, eu quase não consegui trabalhar quando vi as fotos da Joaca quebrando 2 metros perfeito. A ansiedade já era minha companheira inseparável. Queria sair daquele aquário de gente, correr pra casa e me jogar nas morra. Foi o que fiz. Peguei minha 6,4´ e mais rápido que o Usain Bolt cheguei a praia. Só que para meu espanto, quando cruzei a trilha, me deparei com uma série monstruosa ao fundo, que quebrou um tubo insano, mas fechando. Era assustador. Tive medo. Procurei qualquer coisa na água e avistei uma alma solitária no Outside. Não pensei duas vezes e me joguei. Antes de tomar a primeira na cabeça, assisti de frente e de camarote, aquele maluco botar pra baixo numa direita, entubar fundo, dá uma acelerada e rodar junto com o lip. Nossa, quem é esse cara?. Até pensei em voltar, mas quem tá na chuva é pra se molhar. Varei a arrebentação, percebi que era o Binho, esperei uns 20 minutos pela onda certa, desci a morra e me fui.
Na areia, ainda o vi botar pra baixo em mais umas cinco ondas cabulosas e sair fora. Subimos juntos as dunas. Ele de cabeça feita pelo surf. E eu por ter dividido o Outside com um dos meus ídolos, em um dia que poucos se arriscaram.